A Educação Física carece de professores engajados e voltados para uma possível transformação social. Era de se esperar que inserida em sua história influências militares, principalmente no Brasil, sobrassem resquícios das mesmas influências no cotidiano do professor em espaço de aula. Em recente pesquisa feita em uma escola que dei aula pedi que os alunos dentro de suas possibilidades me avaliassem como professor, aceitei também sugestões por escrito num pedaço de papel.
Por falta de sorte minha o professor anterior em seu habitáculo mental existia ranços tecnicistas herdados do passado e o método era o conhecido “rola bola” e “faça se quiser”, ou seja, era só futebol e só o sexo masculino que praticava.
O professor de Educação Física pode ser consensual ou tentar mostrar que a realidade pode ser diferente. Em ambos os casos ele faz uma escolha política.
Nas respostas da avaliação dos alunos do sexo masculino em geral, observei que alegavam o fato do outro professor ser mais “legal” porque nas “aulas” se jogava futebol. E as meninas geralmente faziam trabalhos sobre regras de algumas modalidades copiadas da internet.
Com base nas teorias sociológicas do consenso e do conflito é acertado afirmar que esse tipo de Educação (Física) anteriormente citado, apesar de comum ainda hoje, não provocará transformação alguma. Simplesmente a manutenção da ordem vigente reforçará. E infelizmente é mais comum do que se imagina.
Lembrando que nessa sociedade “os modelos da classe dominante são os modelos dominantes”, vale a pena apostar numa educação propedêutica e lutar por esta é fundamental. Existem casos em que pelo olho desarmado do professor liberalista as coisas não têm jeito mais. É bem provável que para este sujeito que não acredita na história que estudou, essa sociedade é a melhor que já existiu e que suas contradições se resolverão por si mesmas. A crise passa. As coisas vão melhorar.
A lógica do lucro desenfreado pelo sistema capitalista perverso é o objetivo em curto prazo para quem está ideologicamente corrompido. Sem saber que como um rolo compressor na contramão, o sistema capitalista passará por cima de quem se fizer necessário, por suas contradições e para sua manutenção, guiado por uma minoria que explora e oprime. Faz-se necessário, a partir de então, uma intervenção humana com o intuito de reorganizar por políticas públicas de educação, saúde, saneamento, habitação, emprego, meio ambiente, etc.
O educador, na batalha das idéias, pode mostrar pros educandos, se a ele for compreensível, possíveis conseqüências catastróficas que o homem pode viver (ou já vive) se as relações humanas entre si e com a natureza não forem repensadas por uma ótica coletiva. Como um trem de carga carregado a natureza lentamente (ou mais rápido do que se possa esperar) mostra a todo instante quem será o vencedor em longo prazo dessa disputa.
Em relação a esse ponto de vista pode-se dizer que não existe uma fórmula mágica para a educação ideal, mas que por mais degradante e privatizada que esteja a situação da mesma no Brasil, atualmente, cabe aos professores atuarem nas brechas que a hegemonia sempre deixa.
Sobre o pensamento hegemônico, é correto afirmar que os meios de comunicação em massa também são fios condutores do pensamento da ideologia dominante, ao qual a sociedade está submetida a todo o momento. Fica estabelecido então mais um combate estafante para o professor. Combate importante a partir do momento em que emissoras de televisão têm como requisito para adquirir o direito de transmissão de imagens a veiculação de informações necessárias para a sociedade. A necessidade da população é deturpada, enfim.
Na medida em que outros sistemas deixaram de existir, o capitalismo também pode acabar. O sistema que o sobreporá, dependerá da organização dos homens que habitarem essa sociedade nesse tempo. Segundo Marx a espécie humana é a única que pode escolher o mundo em que vai viver. E o tipo de gênero que vai formar.
No combate à falta de idéias do niilismo pedagógico e na luta contra a alienação imposta de forma perversa pela ideologia dominante posso considerar que neste curso de Pedagogia Crítica da Educação Física consta uma situação de catarse para todos que resistiram e não desistiram até o momento.
Por: Mike Pontes
*Esse trabalho teve como objetivo pré-requisito parcial de grau para a disciplina Sociologia da Educação Física, ministrada pelo professor doutor Vítor Marinho de Oliveira no curso de pós-graduação latu sensu em Pedagogia Crítica da Educação Física, Escola de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Por falta de sorte minha o professor anterior em seu habitáculo mental existia ranços tecnicistas herdados do passado e o método era o conhecido “rola bola” e “faça se quiser”, ou seja, era só futebol e só o sexo masculino que praticava.
O professor de Educação Física pode ser consensual ou tentar mostrar que a realidade pode ser diferente. Em ambos os casos ele faz uma escolha política.
Nas respostas da avaliação dos alunos do sexo masculino em geral, observei que alegavam o fato do outro professor ser mais “legal” porque nas “aulas” se jogava futebol. E as meninas geralmente faziam trabalhos sobre regras de algumas modalidades copiadas da internet.
Com base nas teorias sociológicas do consenso e do conflito é acertado afirmar que esse tipo de Educação (Física) anteriormente citado, apesar de comum ainda hoje, não provocará transformação alguma. Simplesmente a manutenção da ordem vigente reforçará. E infelizmente é mais comum do que se imagina.
Lembrando que nessa sociedade “os modelos da classe dominante são os modelos dominantes”, vale a pena apostar numa educação propedêutica e lutar por esta é fundamental. Existem casos em que pelo olho desarmado do professor liberalista as coisas não têm jeito mais. É bem provável que para este sujeito que não acredita na história que estudou, essa sociedade é a melhor que já existiu e que suas contradições se resolverão por si mesmas. A crise passa. As coisas vão melhorar.
A lógica do lucro desenfreado pelo sistema capitalista perverso é o objetivo em curto prazo para quem está ideologicamente corrompido. Sem saber que como um rolo compressor na contramão, o sistema capitalista passará por cima de quem se fizer necessário, por suas contradições e para sua manutenção, guiado por uma minoria que explora e oprime. Faz-se necessário, a partir de então, uma intervenção humana com o intuito de reorganizar por políticas públicas de educação, saúde, saneamento, habitação, emprego, meio ambiente, etc.
O educador, na batalha das idéias, pode mostrar pros educandos, se a ele for compreensível, possíveis conseqüências catastróficas que o homem pode viver (ou já vive) se as relações humanas entre si e com a natureza não forem repensadas por uma ótica coletiva. Como um trem de carga carregado a natureza lentamente (ou mais rápido do que se possa esperar) mostra a todo instante quem será o vencedor em longo prazo dessa disputa.
Em relação a esse ponto de vista pode-se dizer que não existe uma fórmula mágica para a educação ideal, mas que por mais degradante e privatizada que esteja a situação da mesma no Brasil, atualmente, cabe aos professores atuarem nas brechas que a hegemonia sempre deixa.
Sobre o pensamento hegemônico, é correto afirmar que os meios de comunicação em massa também são fios condutores do pensamento da ideologia dominante, ao qual a sociedade está submetida a todo o momento. Fica estabelecido então mais um combate estafante para o professor. Combate importante a partir do momento em que emissoras de televisão têm como requisito para adquirir o direito de transmissão de imagens a veiculação de informações necessárias para a sociedade. A necessidade da população é deturpada, enfim.
Na medida em que outros sistemas deixaram de existir, o capitalismo também pode acabar. O sistema que o sobreporá, dependerá da organização dos homens que habitarem essa sociedade nesse tempo. Segundo Marx a espécie humana é a única que pode escolher o mundo em que vai viver. E o tipo de gênero que vai formar.
No combate à falta de idéias do niilismo pedagógico e na luta contra a alienação imposta de forma perversa pela ideologia dominante posso considerar que neste curso de Pedagogia Crítica da Educação Física consta uma situação de catarse para todos que resistiram e não desistiram até o momento.
Por: Mike Pontes
*Esse trabalho teve como objetivo pré-requisito parcial de grau para a disciplina Sociologia da Educação Física, ministrada pelo professor doutor Vítor Marinho de Oliveira no curso de pós-graduação latu sensu em Pedagogia Crítica da Educação Física, Escola de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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